quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Aos meus 27 Anos

“Un soir, j’ai assis la Beauté sur mes genoux. – Et je l’ai trouvée amère. – Et je l’ai injuriée.
Arthur Rimbaud.

As mãos, trêmulas, tateiam o nada
A face senil, pálida de medo,
O pulso galopando em disparada
Anunciam-me a pena do degredo.

“Pagai uma moeda ao grão-barqueiro”,
Disse-me o Tempo, quimera de séculos
Ante a imagem do maldito estaleiro
Dei-lhe a vida como se fora um óbolo.

Ah! Sou mesmo um títere do destino,
Que é dor, e a esperança, desatino.
Não vale um jovem noção de juventude.

No segundo entre a sístole e a diástole
Meu coração se prostra a Mefistófeles
Qual Fausto, perante a decrepitude.
Thiago Henrique Darin.